Walmir Rosário

Estamos sendo bombardeados com a notícia do Coronavírus (Covid-19) nos veículos formais de comunicação e nas redes sociais, sem distinção, e com as informações mais variadas possíveis. De antemão, ressalvo que a doença, ou seus vetores, devem ser vistos como ruins e tratados com a maior seriedade possível, mesmo que as fontes não sejam as mais confiáveis.

E o bombardeio é feroz e alarmante, parecendo mais com a última campanha política em que duelaram os adeptos de Jair Bolsonaro e o “poste” de Lula, que também atende pelo nome de Fernando Haddad. Se nos jornais as informações são as mais díspares possíveis, em alguns dando a entender que a culpa é do presidente da República brasileira, com torcida e tudo, nas redes o massacre é bem mais cruel. Outros torçam para que morra.

Por mais que os cientistas tragam à luz das pesquisas e estudos na área da saúde a timidez do Coronavírus, pessoas desqualificadas tecnicamente fazem questão de alardear que desta vez o mundo não escapa. Os dados apresentados sobre a virulência são os mais fracos possíveis, incompatíveis com as milhares de mortes anunciadas pelo mundo afora como sendo o estrago feito pelo Coronavírus. Uma verdadeira bestialidade.

As estatísticas sobre as mortes por doenças diversas também são infinitivamente maiores, muito mais acachapantes do que as responsabilizadas ao Covid-19, tratada, ao que parece, de forma exacerbada. De forma grosseira, dizem, e provam, que em qualquer inverno morrem mais chineses de frio do que agora com o Coronavírus, o que deixa nós leigos atordoados e sem saber o que fazer nem como se defender.

A todo o momento recebemos pelos canais de comunicação recomendações das mais variadas, com protocolos dos mais diversos, muitos deles em confronto com as recomendações médicas. E nessa guerra de comunicação – verdadeira guerrilha urbana e rural – ganham os que promovem essa ação terrorista, no sentido lato da palavra, deixando a sociedade mundial em polvorosa.

Em determinados anos sempre são anunciadas com alarde algumas epidemias, pandemias e coisas do gênero, com a promessa que seremos rapidamente exterminados, sem dó nem piedade. Como o brasileiro não se dá por vencido, recebi, via redes sociais, uma pequena tabela, com o título: “Tragédias que sobrevivi”, enunciando os anos e os nomes, entre eles o mal da vaca louca, gripe aviária, gripe suína e até o mandato de Dilma.

Como era de esperar, ao lado das tais doenças aparecia sempre a palava “vivo”, dando a entender que somos fortes e conseguimos sobreviver a todos os males que nos quiseram impingir. Mas, ao que parece, o Coronavírus conseguiu se superar e até as religiões abriram mãos de alguns dos seus dogmas para anunciar um breve período sem a presença dos fiéis nas funções religiosas nas igrejas.

Para que esão do vírus e a doença) e que acontecem aqui no Brasil. No próximo dia 19 de março é uma data consagrada a São José, padroeiro de muitas cidades vizinhas que me ocorrem agora, a exemplo de Una e Itabuna.

Pelo que soube pelos veículos de comunicação, o pároco da Catedral de Itabuna está vivendo um dilema diante da possibilidade de ter que cancelar – ou simplesmente adiar – os festejos em louvor a São José, como a celebração de missa festiva e até a procissão pelas ruas da cidade. E fico aqui a me perguntar: como fica a mística dos fiéis que fazem promessas para se restabelecer das doenças, se os representantes da igreja se mostram impotentes em debelar um simples Coronavírus?

É um caso para estudo e como primeira resposta a prudência seria a ação imediata, dentro daquele ditado “faça por te que ajudarei”, separando as coisas profanas das religiosas. Nesses tempos do politicamente correto, “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, evitando futuras acusações de exposição dos fiéis a aglomeração, pondo em risco ao contágio de doenças, ou pessoas de pouca fé?

Ao noticiar que a vetusta Confraria d’O Berimbau se reuniria neste sábado (14) em sua sede de verão no Mac Vita, para planejar a reabertura de sua sede principal no último sábado de março, recebi recomendações de cautela. Uma delas do bacharel em Direito Robson Nascimento, preocupado com fatores negativos do encontro semanal, o que poderia acontecer vários dissabores aos confrades.

E ele explicou: “Pelo que me consta a esmagadora maioria dos membros da Confraria d’O Berimbau é integrada por pessoas da melhor idade, portanto vulneráveis ao temido vírus que também campeia nosso Brasil”. Demonstrei que faltava coerência a sua tese, já que gente da melhor idade não é vulnerável, pois providos de antídotos do vírus, a exemplo de álcool, utilizado nas formas externas e internas, esta, na forma de vacina.

Eu disse, ainda, ao Doutor Robson, que esquecesse esses modernismos digitais com a proposta #fechaberimbau que jamais seria acatada, mormente agora após o decreto expedido pelo prefeito de Itabuna, sem jurisdição em Canavieiras, regulamentando as aglomerações. Os destemidos da Confraria d’O Berimbau garantem que medo de Coronavírus é coisa pra chineses e italianos (menos Alexandro), haja vista a vacina trazida especialmente de Minas Gerais por Gilbertão.*Radialista, jornalista e advogado

WALMIR ROSÁRIO