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O Dia Mundial do Cacau e a Realidade do Sul da Bahia

O Dia Mundial Do Cacau E A Realidade Do Sul Da Bahia
Dia do Cacau, sul da Bahia passa em branco

Hoje, 26 de março, comemora-se o Dia Mundial do Cacau, uma data que deveria ser de celebração, especialmente para o Sul da Bahia, berço da cultura cacaueira no Brasil. No entanto, o cenário regional é de abandono e desvalorização de um setor que, no passado, sustentou a economia local e nacional.

Ceplac agora divide seu espaço com a UFSB

O Brasil ocupa atualmente a 5ª posição no ranking mundial de produção de cacau, mas a realidade na região não reflete esse potencial. A Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), órgão federal criado para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento da lavoura, encontra-se sucateada, sem investimentos e perdendo sua identidade. Informações apontam que o setor de pesquisa científica ainda resiste, mas de forma precária, sem o suporte adequado para inovação e recuperação da produtividade.

Cacau na barcaça para secar

Os tempos de glória do cacau, vividos entre as décadas de 1940 e 1980, foram brutalmente interrompidos pela chegada da vassoura-de-bruxa, uma praga devastadora que dizimou plantações e destruiu a economia regional. Investigação federal confirmou que a doença foi introduzida intencionalmente na região, mas, apesar das evidências, o processo foi arquivado, deixando os produtores no prejuízo e sem qualquer tipo de reparação.

Diante dessa realidade, os cacauicultores que ainda resistem têm apostado em alternativas como a industrialização e a produção de chocolate premium, tentando agregar valor ao produto e manter viva a tradição do cacau na Bahia. No entanto, a falta de políticas públicas eficazes, investimentos em pesquisa e apoio governamental dificultam essa transição e tornam a recuperação do setor um desafio constante.

Enquanto outras regiões do país celebram o Dia Mundial do Cacau, no Sul da Bahia a data traz um misto de nostalgia e indignação. Sem investimentos e sem reconhecimento, não há o que comemorar, apenas a necessidade de lutar pela revitalização do setor e pela valorização de uma cultura que já foi o pilar da economia regional e narrada na ficção dos livros do escritor grapiúna, Jorge Amado. Fotos: arquivo.

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