skip to Main Content

FCDL BAIANA E A COROA PORTUGUESA, TUDO A VER

FCDL BAIANA E A COROA PORTUGUESA, TUDO A VER

Como estamos em pandemia, todos os males estão sendo creditados aos efeitos nefastos
por ela produzidos, mesmo que mãos estranhas são colocadas furtivamente ou por
absoluta omissão. É o que acontece justamente com o comércio baiano, extremamente
prejudicado pelo fechamento (lockdown). Se não bastasse a ordem governamental, suas
representações estadual e nacional querem aplicar o golpe final, sem misericórdia.
As representações estadual e federal atendem pelos nomes de Federação das Câmaras de
Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia (FCDL) e Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL). As duas instituições têm o precípuo dever institucional de atuar e
organizar a estrutura lojista no estado e no país, sempre em defesa do sistema, embora
poucas ações são vistas, ultimamente.
Se pouco fazem, muito cobram, e não admitem que os pagamentos de suas parcelas não
sejam honradas em dia, do contrário prometem utilizar todos os meios jurídicos para
receberem as partem que lhe cabem neste falido latifúndio. Farinha pouca meu pirão
primeiro é a forma usual de ação dessas representações, que se consideram num patamar
bem acima dos que pagam suas ricas estruturas.
As dificuldades da base com o fechamento do comércio não são considerados por esses
senhores motivos suficientes para a falta do pagamento mensal das Câmaras de
Dirigentes Lojistas (CDLs) Bahia afora. E a aritmética resolve facilmente essas questões:
onde não existe receita, as dívidas não podem ser pagas, por absoluta falta de recursos.
Não se consegue tirar de onde não tem.
Mas, como dizem que o pau que dá em Chico dá em Francisco, os tempos de pobreza
devem ser compartilhados na mesma proporção dos tempos de abundância, fora desse
preceito não economia ou finanças que resista. Apesar de reconhecer que esses senhores
merecem continuar vivendo do bom e do melhor, não faz mal algum que os aparelhos de
ar-condicionado sejam desligados, temporariamente. Basta tirar a gravata.
Com a corda apertando no pescoço, as CDLs do Sul da Bahia não concordaram com a
pena de morte a eles imposta, justamente pelos que têm o dever institucional de defendê-
los das dificuldades. E o pedido de socorro surgiu de Canavieiras, cujo presidente Ériston
Nascimento se sentia sufocado a cada cobrança, que mais parecia uma “derrama”
daquelas impostas pela Coroa Portuguesa contra a colônia brasileira.
E nesses tempos de pandemia tudo é permitido, a depender de onde venha. A chamada
solidariedade é praticada de onde menos se espera e não dos que têm interesse por
estarem embarcados na mesma canoa. Se a canoa afundar, por certo perecerão todos,
inclusive os que se consideram mais poderosos, já que é uma ação em cascata, num
movimento de baixo pra cima.
A acomodação é um pecado mortal do brasileiro, que escolhe seus representantes e não
costumam reclamar a contrapartida dos eleitos às causas e promessas que o levaram ao
poder. É da natureza humana o poder subir a cabeça, como também é da essência do

homem saber onde o calo dói e buscar as soluções para tratá-lo, dentro das formas
admitidas nas regras democráticas.
Se parte da culpa pode ser creditada aos dirigentes da FCDL e CNDL pelo descaso com as
bases, não menos culpados são os dirigentes lojistas, que não reclamaram ao primeiro
aperto da corda no pescoço. Essas questões são recorrentes, tanto assim que as CDLs do
Sul da Bahia já se reuniram numa organização informal, adormecida tão logo satisfeitas,
em parte, suas primeiras reivindicações.
Nessa pandemia – olha ela aí de novo – convencionou-se a obrigações a apenas um ente
federativo e direitos a outros tantos, fórmula descabida e que muitos fazem questão de
segui-la à risca. O lojismo, por ser uma representação da essência do capitalismo, não
pode nem deve se submeter aos vícios do socialismo, no qual muitos trabalham para uma
elite desfrutar.
A cada dia temos notícias de mais empresas fechando, não são por falta de competência
administrativa, e sim por imposição das autoridades em manter esses estabelecimentos
fechados. Certos ou não, o problema foi criado e as soluções devem ser pensadas
cuidadosamente para que o remédio não mate o paciente por ser ministrado em excesso.
Trocando em miúdos: É matar a galinha dos ovos de ouro.

Foto/Waldyr Gomes

Walmir Rosário;Radialista, Jornalista e advogado

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top

Send this to a friend