skip to Main Content

CLUBE DOS ROLAS CANSADAS ANALISA CANDIDATOS

CLUBE DOS ROLAS CANSADAS ANALISA CANDIDATOS

Por Walmir Rosário*
Com a eleição na reta final, muita gente ainda não escolheu seu candidato, na
maioria das vezes por falta de informações. É que eles ficam entocados durante
quatro anos, aguardando apenas a largada para uma boa colocação numa
câmara municipal qualquer, também chamada de câmara de vereadores. E aí
falta tempo suficiente ao eleitor conhecê-los de perto.
Confesso que pensei em analisar esses candidatos, mas com o passar do tempo
esqueci completamente da minha promessa. Ainda bem que tenho amigos que
sabem cuidar das questões dos amigos, reparando algumas falhas cometidas
ao longo do tempo. E foi providencial o convite de Valdemar Broxinha para nos
dedicarmos à análise dos candidatos durante um dia inteiro.
E o local escolhido foi o Bar Laranjeiras, de Bené, no centro da cidade, perto de
todos os interessados. Imediatamente surgiu outro pretexto: reeditar uma das
reuniões do Clube dos Rolas Cansadas, no local mais apropriado. Bastou uma
ligação de Valdemar Broxinha, Bené cuidou de gelar cerveja, preparar uma boa
quantidade de almôndegas caseiras para saciar a sede e fomes dos associados.
A proposta seria passar em pente fino a vida dos candidatos a prefeito e
vereador, sem qualquer favorecimento aos amigos ou injustiça aos menos
chegados. Telefonemas e mensagens via whatsapp disparados, pelo menos 10
associados confirmaram presença ao meio-dia em pino da quarta-feira passada,
com sua relação de candidatos.
Apesar de aposentados, os associados do vetusto Clube dos Rolas Cansadas
“deram um cano” no encontro, alegando os mais diversos compromissos
surgidos de última hora, com explicações nada convincentes. Fora desse time
ficou Zé do Gás, que se envolveu num acidente ao atropelar um cão em plena
avenida. Depois de prestados os socorros, ele não mais reunia condições
emocionais para a reunião.
Como Valdemar Broxinha não é homem de perder a viagem, ainda mais para
um debate de elevada importância cívica, resolveu abrir o encontro com os
presentes. É certo que eram poucos, eu, o italiano Alessandro, Bené, e mais
uns dois gatos pingados que resolveram ir dar suas desculpas in loco, e
aproveitaram para assinar a ata e dar dois ou três pitacos.
Bom mesmo e fez valer a pena a reunião foi o nível de conhecimento de
Valdemar Broxinha, de Alessandro Italiano e Bené, que apenas utilizando a boa
memória, fizeram relatos detalhados da vida pregressa dos políticos. De cara, a
maioria foi reprovada por comportamento inadequado, sobrando umas três
dúzias de concorrentes.
Entre os goles de cerveja e garfadas nas almôndegas, o relatório (ou ata) já
contava com pelo menos umas cinco páginas, escritas em letras vermelhas para

nominar os reprovados e quase duas páginas, em letras azuis com os
considerados aptos ao voto. Juro que as análises foram feitas de forma honesta
e democrática, justificando os adjetivos.
Pelo menos de meia em meia hora éramos importunados por cabos eleitorais e
até candidatos em busca dos incautos eleitores. Nunca vi tanta gente escolada
na arte de pedir votos e fazer promessas, estas que serão devidamente
cumpridas após a posse. A garantia oferecida eram seus vastos conhecimentos
da política, praticada há mais de 20 anos. Ganhou, emprego garantido!
E a análise era iniciada com o comportamento dos candidatos ao longo dos
anos, desde sua mocidade, passando pela vida profissional, amizades, e
familiar, se casado fosse. Fiquei deveras surpreso com a quantidade de
informações armazenadas por Valdemar Broxinha, o italiano Alessandro e Bené,
que passaram em revista a política de Canavieiras nos últimos 50 anos.
Ata aprovada e assinada, foi imediatamente fotografada e transmitida pelo
whatsapp aos demais participantes do Clube dos Rolas Cansadas para o
conhecimento e uso patriótico das informações. Agora, de posse de importantes
informações, vamos aguardar a abertura das urnas e estudar o comportamento
detalhado do eleitor canavieirense sobre os escolhidos.
Espero que as informações contidas na ata não tenham refletido o alto teor dos
debates, animados por cerveja bem gelada e de reduzido teor alcoólico,
mantendo incólume o relatório com ares de ciência. Por tudo que foi posto, nos
resta certificar que o lugar correto para discutir sociologia, filosofia e outros
“ias” é mesmo numa mesa de bar.

*Radialista, jornalista e advogado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top

Send this to a friend