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ABRIR O QUE NÃO FECHOU…COMO ISTO PODE SER POSSÍVEL

ABRIR O QUE NÃO FECHOU…COMO ISTO PODE SER POSSÍVEL

Neste domingo (3) cedo, como sempre faço todos os dias, dou uma olhada nos meios de
comunicação para me situar das notícias da atualidade. Embora não encontre muita
variedade, me detenho nas atrocidades cometidas em nome do Covid-19, presença
obrigatória em portais e blogs. Fiquei intrigado ao ler no Blog do Gusmão. “Marão não
fechou a Central de Abastecimento, mas vai reabrir.
Como assim? Pensei se tratar de um cochilo do editor com a intrincada língua portuguesa
e logo veio em minha mente caso parecido acontecido em Portugal com o Pós Doutor em
Letras Vernáculas, Jorge de Souza Araujo (sem o u acentuado), quando pesquisava para
escrever o livro “Perfil do leitor colonial”. Num sábado, ao jantar num restaurante, gostou
tanto da comida que perguntou se fechavam aos domingos, no que foi informado que
não.
No domingo, já salivando o prato que se deliciaria, volta ao restaurante e dá de cara com
as portas hermeticamente fechadas. Com perdão da palavra, nosso professor ficou puto
da vida, xingou o garçom que lhe prestara a informação e voltou na segunda-feira para
tirar satisfações. Cumprimentou-o e prestou sua queixa demonstrando insatisfação:
– Me dissestes que não fecharias ontem e dei uma viagem perdida, reclamou.
– O senhor estás enganado, ontem não fechamos, sequer abrimos, respondeu o garçom.
Após esses prolegômenos, retomamos o assunto que chamou a atenção de Ilhéus e do
mundo, haja vista sua repercussão nos meios de comunicação, incluindo, aí, por ser
verdadeira, as redes sociais. Como disse o repórter Emílio Gusmão, ao chegarem no
sábado (2) para trabalhar encontraram a Central de Abastecimento do Malhado lacrada,
com os cadeados hermeticamente fechados pelos prepostos de Rui Costa.
Imediatamente organizaram um protesto e partiram para a frente dos supermercados que
se encontravam com as portas totalmente escancaradas e repletos de clientes comprando
do bom e do melhor. Chega a Polícia Militar para acalmar os ânimos e recolher os
recalcitrantes, negociam chamam propostos da prefeitura e o prefeito, que não tinha se
sensibilizado com a organização da Central, embora de sua alçada, promete reabrir no
domingo.
De repente, como num passe de mágica, “foi preciso que o Estado agisse, para que Marão
tomasse uma atitude, tardia, como é de amplo conhecimento”, como disse Gusmão. E
ainda por cima arrematou: “Depois de muita confusão e protesto, a prefeitura vai doar
150 novas barracas para os feirantes do Malhado e entregar equipamentos de proteção
individual”.
Como bom observador da política e costumes ilheenses, são por essas e outras que a
língua afiada do repórter Emílio Gusmão não deixa pra depois e costuma dizer que nos
tempos atuais – nesses quatro anos – o verdadeiro prefeito de Ilhéus tem sido o
governador Rui Costa. E o Gusmão ainda foi réu em ações judiciais por dizer que Marão
teria terceirizado a administração municipal para um supersecretário.

Salta às vistas a apatia e insegurança de Marão em prefeiturar nos moldes e conformidade
em que foi sufragado nas urnas pelos ilheenses. Como exemplo cristalino a demora em
tomar as medidas adequadas e requeridas para o enfrentamento do Covid-19, embora
contasse com a colaboração de instituições representativas da sociedade civil organizada,
a exemplo das empresariais, clubes de serviço, maçonarias, dentre outras.
E esse imobilismo foi fatal para o recrudescimento do espalhamento e contágio do vírus
em Ilhéus, com o agravante de recepcionar pacientes acometidos da doença de diversos
municípios circunvizinhos. Como um menino birrento, somente passou a se reunir com as
instituições após o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Valderico Júnior, passar a
presidência da entidade para outro diretor, com a finalidade de abrir o diálogo nas ações
de combate ao Coronavírus.
Enquanto fuxicos criem cismas a população de Ilhéus sofre com a falta de ação ou o
retardamento delas, angustiando os menos aquinhoados financeiramente, sem os
requisitos econômicos de ficar em casa, como mandam. Questiúnculas à parte, Ilhéus – e
sua inseparável parceira e vizinha Itabuna – se torna manchetes nos jornais por se tornar
a cidade onde o Covid-19 se encontra em ascensão, enquanto outras se restabelecem.
Alguma coisa errada existe. E como existe!

*Radialista, jornalista e advogado;Walmir Rosário*

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