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Itabuna 115 anos e um horizonte futuro com inovação, emprego e desenvolvimento sustentável

Itabuna 115 Anos E Um Horizonte Futuro Com Inovação, Emprego E Desenvolvimento Sustentável

Ninguém discute que a cidade de Itabuna é o mais importante polo de comércio e serviços do sul da Bahia, com ênfasxe para o comércio, saúde e educação, o que é reforçado graças à sua privilegiada localização estratégica na confluência de duas importantes rodovias: as Brs 101 e 415, distando 28 quilômetros do porto do Malhado, em Ilhéus. Hoje, a cidade completa 115 anos de emancipação política e administrativa e chega a 2025 sob o signo de um grande desafio: retomar seu protagonismo econômico e social em um cenário marcado pela estagnação populacional, desigualdade de renda, necessidade urgente de inovação e a busca de novas oportunidades econômicas através de investimentos estruturantes que podem se complementar com a chegada do Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste Leste.
Segundo o Censo 2023 do IBGE, Itabuna registrava uma população de 186.708 habitantes 8,6% a menos do que na década anterior. Essa retração populacional, que contraria a tendência de crescimento urbano verificada em outras regiões do Brasil, revela uma perda de atratividade e oportunidades que precisa ser revertida com políticas públicas eficientes e estratégias de desenvolvimento integrado e sustentável, com destaque para a geração de emprego, renda e preservação dos recursos naturais, o que passa pela despoluição do rio Cachoeira. A situação é agravada pelo dado alarmante de que 39% da população sobrevive com menos da metade de um salário mínimo, támbém segundo dados do IBGE, refletindo uma desigualdade social crônica e persistente.
Hoje, o setor de serviços, que responde por 84% da geração de riquezas no município, continua sendo o carro-chefe da economia local. O comércio e os serviços de saúde, educação e logística, impulsionados pela posição geográfica estratégica de Itabuna, mantêm a cidade como referência regional. Ainda assim, o dinamismo econômico não tem se revertido de forma eficaz em inclusão produtiva. Apenas 21,6% da população local está empregada formalmente, com renda média de 2,1 salários mínimos, um desempenho frágil diante do seu potencial.
A comparação entre a posição populacional e a renda per capita de Itabuna também chama atenção: é o 7º município mais populoso da Bahia, mas ocupa apenas o 63º lugar em renda per capita estadual, e um modesto 3.179º lugar no Brasil, o que nos coloca no lado mais pobre da nação. Este descompasso evidencia a urgência de políticas estruturantes que ampliem as cadeias produtivas, promovam a industrialização inteligente e requalifiquem o setor agrícola — hoje reduzido a míseros 1% da economia, apesar de seu passado glorioso com o cacau, que colocava a cidade como polo central de uma região até então considerada rica, mas dependente da monocultura cacaueira que foi nocauteada com a vassoura-de-bruxa.
A Educação é outro eixo crucial para esse novo ciclo de desenvolvimento. Com nota média de 4,7 no IDEB da educação básica e 3,9 no ensino médio, Itabuna ainda está distante do patamar mínimo de qualidade exigido (nota 6). A carência de cerca de seis mil vagas em creches é outro gargalo que limita o acesso das famílias, principalmente das mulheres, ao mercado de trabalho. Por outro lado, o município tem vocação para se tornar um polo universitário de peso, pois conta com instituições como a UFSB, UESC, Unex e Anhanguera, além de diversos polos de ensino a distância. Investir nessa vocação, consolidando Itabuna em uma Cidade Universitária e centro regional de inovação e tecnologia é uma oportunidade estratégica, que deve ser cogitada no horizonte do seu desenvolvimento futuro.
Assim, a construção de um novo futuro passa, portanto, por eixos bem definidos: Diversificação econômica com inovação: é preciso atrair investimentos em tecnologia, requalificar a indústria local, ampliando o centro industrial e recuperando a agricultura com foco em produtos de valor agregado e sustentabilidade; geração de emprego e renda qualificados através de políticas ativas de empregabilidade, estímulo a startups ou mesmo de um polo tecnológico e qualificação profissional são urgentes para reverter os indicadores de pobreza.
Na área da educação de qualidade do ensino e acesso universal à escola aparece como fator básico de qualquer projeto de desenvolvimento. A ideia passa por ampliar vagas em creches, melhorar a qualidade do ensino básico e fortalecer o ensino superior como tarefas inadiáveis para uma oferta de mão de obra qualificada. Já em termos de infraestrutura e governança integrada seria de bom alvitre projetos de mobilidade urbana, alguns já em execução na orla da cidade e em áreas de congestionamento de tráfego; além de segurança, saneamento com ampliação dos sistema de abastecimento de água e planejamento urbano que deve dialogar com o potencial econômico e o bem-estar social.
Itabuna chega aos 115 anos em busca de um novo modelo de desenvolvimento: mais humano, inteligente e sustentável. Os dados estão lançados na mesa e o recomeço passa pelo envolvimento de instituições, lideranças políticas, empresariais e acadêmicas que devem assumir o protagonismo de um pacto coletivo para que a cidade volte a crescer, não apenas em números, mas em qualidade de vida, justiça social e desenvolvimernto econômico e social sustentado.
A tarefa é grande, mas Itabuna já provou ao longo de sua história que é capaz de se reinventar, como o fez com as crises da lavoura do cacau e superação de grandes enchentes. O tempo de reconstruir é agora, porque o futuro já chegou e a cidade com seu dinamismo natural não pode esperar. (Kleber Torres)

FOTO PEDRO PREGUSTO

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