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CAPIVARAS PASSEIAM TRANQUILAS NO BAIRRO CONCEIÇÃO

CAPIVARAS PASSEIAM TRANQUILAS NO BAIRRO CONCEIÇÃO
  • Geral
Por Walmir Rosário
Sumidas com o crescimento populacional de Itabuna, as capivaras voltam, aos poucos a compor a paisagem do rio Cachoeira, antes restrita ao trecho da Ilha do Jegue, agora em área bem maior e se arriscam a passeios em terra firme. Com frequência era possível focá-las na lente da máquina fotográfica nadando pelo rio, descansando na ilha, comendo algo nas baronesas e touceiras de capim estacionadas no lago formado pela barragem.
Sempre assim, em área restrita. E se demoram ali é porque existem alimentos em suficiência para a(s) família(s) que tomaram conta daquele local, do contrário, teriam abandonado aquele trecho do rio Cachoeira em busca de melhores condições de sobrevivência. O certo é que a população desses indivíduos tem crescido consideravelmente nos últimos tempos.
Com a pandemia do Coronavírus e a consequente diminuição da circulação de pessoas e veículos durante a noite, elas já pousam orgulhosamente para as fotos e filmes exibindo a família inteira pelo bairro Conceição. Saíram – ou diminuíram – os carros nas ruas, que passaram a ser ocupadas por elas, principalmente na rua do Prado, no trecho em que termina o muro do cais, logo após a ponte velha.
Dos anos 1950 pra cá, no bairro Conceição, as capivaras não eram vistas no rio Cachoeira por motivos óbvios: seriam caçadas, aprisionadas, mortas e comidas sem qualquer remorso ou pecado pela população daquela época. Sim, caçar e comer as presas eram costumes normais, livres de qualquer preconceito e sem medo de atentar contra a legislação da época, o que deve ter determinado o sumiço desses animais.
Agora, sem o receio de ser importunada pela população, seu instinto, ao sentir o silêncio da noite é se arriscar pelas ruas, por certo em busca de mais alimentos. Um ou outro carro que passava não os importunavam, o que permitia a malhada (tomo aqui esse coletivo emprestado) a aventurar-se bairro adentro, sem temor algum de serem importunadas pelos humanos.
As capivaras foram caçadas e comidas durante muito tempo e somente com a instituição da lei de proteção dos animais e do anúncio de serem transmissoras da febre maculosa é que diminuíram a procura por esses animais. Com isso costumam viver próximas ou na área urbana, em parques ou próximas às áreas ribeirinhas, cada vez mais procriando e aumentando a população.
Em Itabuna, mesmo com toda a poluição do rio Cachoeira, as capivaras conseguem sobreviver próximo ao habitat do homem, aproveitando restos de comida e a vegetação ribeirinha. Salvo um ou outro entrevero, a exemplo do que ocorreu anos atrás, quando uma criança teria sido mordida por um desses animais, a convivência é pacífica e respeitosa.
Não se pode prever se num futuro próximo, quando esperamos que acabe o horror e o terror da pandemia, as capivaras possam continuar circulando livremente nas noites itabunenses pelo bairro Conceição. Que não se atreva alguém com a vontade de tratar esses animais como se de estimação, fossem, trancando-os em quintais para um próximo churrasco, pois nem todo seres humanos sabem ser humano.
Foto/Divulgação

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